Editorial
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v25i3.379Resumo
Com a finalidade de encerrar o ano comemorativo dos aniversários da SPPA e da Revista, publicamos aqui os discursos proferidos pelo Presidente e pela Editora por ocasião do evento O sujeito contemporâneo entre o público e o privado, que aconteceu em 26 de outubro passado. Em uma edição futura, pretendemos publicar o próprio debate que ocorreu nessa ocasião festiva, com a presença dos convidados Cesar Brito, Cláudio Laks Eizirik, Felipe Gonçalves da Silva, Francisco Marshall e José Roberto Goldim, sob a coordenação de Zelig Libermann.
O tema desse terceiro número de 2018 – Identidades e sexualidades –foi escolhido com o intuito de aprofundar os estudos sobre a estruturação das identidades e da psicossexualidade, aspectos que têm sido foco de grande interesse dos psicanalistas nos tempos atuais. A evolução da clínica e a complexidade das dinâmicas envolvidas para estabelecer as identidades sexuais e de gênero demandam entendimentos que vão além do complexo de Édipo da forma com que este foi inicialmente concebido por Freud. Julgamos ser essencial, portanto, apresentar a nossa contribuição para o desenvolvimento das investigações a esse respeito. Por outro lado, por tratar-se de um tema polêmico e que, infelizmente, ainda é cercado de tabus e preconceitos, consideramos muito importante que a psicanálise cumpra o papel científico de ampliar a compreensão acerca do assunto, contrapondo-se à postura intolerante e inclusive de violência que com que vêm sendo tratadas pessoas em nosso país em razão de suas identificações sexuais e/ou de gênero.
Foi possível perceber o grande interesse dos psicanalistas no estudo desse controverso tema pelo significativo número de artigos recebidos, fato que possibilitou a confecção de um exemplar bastante plural, contando com a participação de autores de reconhecida contribuição nesse campo.
Um primeiro artigo propõe a concepção do feminino enquanto dimensão psíquica arcaica e fundante, que, segundo sua autora, não estaria ligada ao sexual ou ao gênero, estando presente no psiquismo de todos os indivíduos.
Dispomos igualmente de vários textos que tratam das identidades e sexualidades em transformação, bem como da complexa construção das identidades na infância e na adolescência, procurando compreender os percursos através dos quais se configuram as tramas do desenvolvimento, muitas vezes nos primórdios da vida dos indivíduos. Há artigos em que se busca-se discorrer sobre questões relativas à bissexualidade e sobre a forma como essa se inscreve no psiquismo, acabando por modelar os destinos identitários dos sujeitos.
Contamos com trabalhos nos quais os autores se preocupam em entender as sexualidades homo, hetero, transexuais e neutras, além de lançarem hipóteses sobre as possíveis origens da homofobia.
Em um texto em que discute a homossexualidade do próprio psicanalista, o autor questiona se o politicamente correto pode estar inibindo a liberdade de pensar acerca da própria teoria psicanalítica.
Consideramos interessante incluir um artigo originalmente publicado no International Journal of Psychoanalysis, pelo fato do autor discorrer sobre a importância da sexualidade infantil nos distúrbios do tipo mãe-bebê, aspecto, segundo ele, pouco integrado no âmbito da teoria psicanalítica geral.
Em outro trabalho, a partir da leitura de um livro escrito por cinquenta jovens de 11 anos de idade, foram pensadas as controvérsias sobre o complexo de Édipo e sobre a necessidade de tolerar que Freud não tenha esgotado esse tema.
O número encerra com a entrevista da psicanalista argentina Eva Rotenberg, realizada pelo Conselho Editorial durante o Simpósio da Diretoria da Infância e da Adolescência da SPPA, intitulado Parentalidades em foco, que ocorreu em maio de 2018. Como a autora está envolvida com estudos relativos à psicossexualidade e à parentalidade há muitos anos, a entrevista acabou por complementar este número, apresentando interessantes aportes e experiências nessa área por parte da convidada.
Desejamos a todos uma ótima leitura.
Lúcia Thaler
Editora da Revista de Psicanálise da SPPA
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