https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/issue/feedRevista de Psicanálise da SPPA2024-11-01T10:26:48-03:00Ana Cristina Pandolforevista@sppa.org.brOpen Journal Systems<p>A Revista de Psicanálise da SPPA é editada desde outubro de 1993 pela <a href="http://sppa.org.br/">Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre</a>, filiada à Associação Psicanalítica Internacional – IPA, sendo um periódico quadrimestral dirigido a pesquisadores, professores, profissionais e estudantes da área de psicanálise. A partir de 2020, ela aderiu ao sistema de publicação em fluxo contínuo. Podem ser submetidos artigos científicos que seguem altos padrões no cuidado editorial dos textos, apresentados nos idiomas português, espanhol, inglês, francês, alemão e italiano, com os requisitos de serem inéditos e originais no Brasil, elaborados em conformidade ao direito do autor e não submetidos ao mesmo tempo a avaliações em outras revistas nacionais.</p>https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1250Tabus e lágrimas2024-10-29T15:29:59-03:00Edson Luiz André de Sousaedsonlasousa@uol.com.br<p>Este ensaio busca pensar a função da intervenção analítica no enfrentamento de certos tabus na prática clínica. Desenvolvo algumas reflexões sobre um dos tabus analisados por Sigmund Freud em seu texto <em>Totem e Tabu </em>(1913), a saber, o tabu do toque, evocando dois breves fragmentos clínicos. Parto da ideia de que, como princípio, a psicanálise surge para interrogar alguns tabus, abrindo espaço para que determinadas interdições que afetam o sujeito possam ser nomeadas. A psicanálise coloca palavras onde o tabu impõe silêncios, inibições e sintomas.</p>2024-10-29T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1243Flora e o cheiro da morte2024-10-11T14:06:08-03:00Candice Pasqualin de Camposcandicepcampos@gmail.com.brFernanda Crestanafcrestana@gmail.comJulia Domingues Goijuliadgoi@gmail.comLuciane Falcãolufalcao60@gmail.comMarcelo Garcia Vazmg.vaz@terra.com.br<p>O presente artigo surgiu a partir de várias discussões clínicas que abarcam casos como o de Flora, uma paciente cujos sofrimentos corporais se impregnam na sua vida como vivências predominantemente de desprazer. Lutos não elaborados vividos pelos objetos primários servem como ingredientes mortíferos que se instalam no psiquismo. O artigo pretende realizar um diálogo entre os aspectos clínicos de referida paciente, em que a dissociação somato-psíquica é intensa, e algumas teorias psicanalíticas capazes de auxiliar nestas compreensões. Para isso, são utilizados alguns autores que se debruçaram sobre o tema, em especial Piera Aulagnier. A discussão percorrerá algumas etapas do processo analítico, destacando aspectos vividos pelo analista neste processo e o quanto tais elementos - como sensorialidades e figurabilidades - participaram da trama psíquica que foi se formando dentro do <em>setting</em> analítico.</p>2024-10-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1244Neogêneses2024-10-11T14:20:37-03:00Marta Úrsula Lambrechtmartaursula@gmail.com<p>A autora questiona-se sobre o lugar do psicanalista diante das encruzilhadas da clínica, que estimula reformulações do método e das convicções teóricas plasmadas como dogmas. Parte das contribuições de uma peculiar análise, habitada por mensagens filicidas não enigmáticas que perambulam no inconsciente encravado, pulsando à procura de serem traduzidas. A análise funciona como incubadora, na qual é gestado o processo de neogênese, inscrevendo novas mensagens que se alinhavarão em uma rede simbólica. Com o passar dos anos, surgem pungentes comunicações oníricas que apontam para o (não) nascimento da paciente, desde que, a analista pressupõe, não tenha ocorrido a impressionante cesura do nascimento. Destaca-se um sonho que deságua na percepção de fantasias traumáticas – desejos filicidas –, os quais puderam ser reativados <em>a posteriori</em>. Possíveis fracassos das primitivas experiências de prazer no início da vida acarretaram obstáculos na erogeneidade vaginal. Em relatos recentes, restam evidenciadas reformulações da versão privada de si, uma outra representação de sua história de nascimento <em>après-coup</em> que concede um colorido diferente à sua identidade.</p>2024-10-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1253Desamparo na civilização2024-11-01T10:26:48-03:00Jacques Andréandre.jac@orange.fr<p>Ainda seria possível falar de civilização no singular? Não no singular de uma mesma comunidade, mas no singular de um planeta. A ameaça de catástrofe ecológica é fonte de um novo universalismo que, aliás, seria dispensável. A espécie humana não é como as outras. É a única que destrói as outras espécies e a única que se autodestrói. Pergunta-se como compreender tal inaptidão à autoconservação, ao mesmo tempo em que se questiona a pertinência desta noção no que diz respeito à humanidade.</p>2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1252O mito do masculino2024-11-01T10:08:06-03:00Jacques Andréandre.jac@orange.fr<p>No presente artigo, o <em>mito do masculino</em>, que pode ser abordado a partir de vários pontos de vista, será tratado sob a perspectiva do <em>homem forte</em> e da questão indissociável da dominação masculina. Trata-se de uma dominação relativa e inseparável do mito do feminino, que diz respeito às mães e sua faculdade de procriar, bem como às mulheres e sua sexualidade trasbordante. É da natureza do falo tomar-se pelo <em>ser supremo</em>. Além de dominante, ele encarna a dominação. No entanto, a onipotência da angústia de castração sobre a psique dos homens lembra que o falo é um gigante com pés de barro.</p>2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1251Editorial2024-11-01T08:46:39-03:00Ana Cristina Pandolfoacpandolfo@icloud.com2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1210O tabu do feminino e a desmentida da vulva e do clitóris2024-07-17T08:47:04-03:00Maurício Marx e Silvamaurimarx@terra.com.br<p>Neste trabalho, o autor revisa alguns preconceitos falocráticos perpetuados ainda hoje dentro da psicanálise como se fossem fatos cientificamente consubstanciados. Falsas afirmações sobre a inexistência de cultos à vulva, de sociedades matriarcais e de Amazonas, fruto de interpretações misóginas ao longo da história, e que já vem sendo corrigidas desde o final do século XX por antropólogas e historiadoras, são questionadas. Bibliografia histórica e arqueológica mais recente, assim como algumas imagens de achados arqueológicos, são apresentadas para fundamentar tais questionamentos. Por fim, hipóteses são levantadas sobre as possíveis origens dos tabus quanto ao feminino na psicanálise e fora dela.</p>2024-10-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1223O tabu em relação à feminilidade, ainda...2024-07-31T10:04:25-03:00Fernando Orduzorduzsolamente@hotmail.com<p>O objetivo deste trabalho é situar a percepção da mulher e da feminilidade como tabus ainda presentes na cultura atual, apesar dos desenvolvimentos e evoluções das representações sociais que se tinha sobre elas em outros tempos. Após revisar alguns textos freudianos e tomar exemplos de outros momentos da história e da situação atual, explora-se como as mulheres ocupam espaços considerados tabus pela percepção masculina. A percepção que o homem tem das mulheres é determinada pelo seu medo em face de certas manifestações do feminino. Freud refere que o homem percebe tais manifestações como ameaças de castração. Por outro lado, Simone de Beauvoir identifica uma construção social que coloca a mulher como o outro da cultura. Conclui-se o trabalho mostrando que, dentro de um sistema patriarcal capaz de funcionar como um lugar de poder, qualquer outra identificação que se assuma como diferente receberá uma qualificação negativa, restritiva, excludente, proibitiva.</p>2024-10-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1196A mulher além do registro fálico2024-05-02T14:16:11-03:00Ester Franco de Souzaestersouzapsi@gmail.comNythamar de Oliveiranythamar@yahoo.com<p>A questão da feminilidade emerge como um tema complexo na história da psicanálise. Sigmund Freud, ao reconhecer as limitações de seus estudos sobre o assunto, incentivou outros autores a expandir sua teoria sobre o feminino. Melanie Klein, conhecida como analista infantil e teórica influente na escola inglesa de psicanálise, desenvolveu sua própria teoria, posicionando a feminilidade e a figura da mãe no cerne do desenvolvimento psíquico infantil. Ao revisitar conceitos como o complexo de Édipo e o de castração, Klein oferece uma nova abordagem para a compreensão do papel do feminino na psicanálise. O seguinte trabalho buscou articular a teoria de Klein acerca do feminino como sexo originário com as nuances da era contemporânea quando esta aborda os temas do feminino, da feminilidade e da mulher. Para a concretização destes objetivos, foram utilizados, além dos referenciais teóricos de S. Freud e M. Klein, obras de autores que tratam de tais assuntos em sua relação com a contemporaneidade.</p>2024-10-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1198Compreendendo Dora através do enactment2024-05-23T12:33:29-03:00Ana Cláudia Zuanellaanazuanella@me.com<p>Diante da sua inquietação ao se deparar com um caso clínico em que o analista não deu ouvidos ao relato de um abuso sexual cometido contra a paciente, a autora vai em busca de respostas capazes de ajudá-la a entender o que se passou nesse tratamento. Organiza suas hipóteses em torno de quatro eixos: o que o analista pretendia mostrar com o caso, em que contexto ele foi escrito, qual a relação contratransferencial estabelecida e quais fenômenos clínicos responderiam pela dinâmica analítica. Utilizando autores como Freud, Ferenczi e Cassorla, a autora tenta dar outra possibilidade de escuta a essa paciente cuja fala foi ignorada.</p>2024-10-11T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1232Totem e tabu: expansões a partir da era da internet 2024-09-05T16:22:16-03:00Renata Udler Crombergrenatauc@uol.com.br<p>O artigo pretende mostrar a atualidade do texto freudiano <em>Totem e tabu </em>(1913) para lidar com problemas que cercam o uso da internet no que diz respeito ao abuso sexual de crianças e adolescentes, à questão do livre acesso à pornografia na internet, inclusive de cunho incestuoso, e à questão da pedofilia, problemas muito graves que devem ser pensados coletivamente. Em um segundo momento, o artigo aborda as condições de surgimento do texto de Freud, de 1913, mostrando a construção da centralidade do complexo de Édipo (o desejo incestuoso e desejo de morte do pai), da ambivalência afetiva que o sustenta, da lei moral e da culpabilidade que são seus efeitos principais, que são confirmados pela investigação antropológica à qual Freud pretende dar um fundamento psicanalítico. Em um terceiro momento, aborda a denegação do feminino ao se constatar que a centralidade do mito do assassinato do pai primordial no corpo conceitual psicanalítico vem do fato de a mulher ser apenas a justificação inicial da sua elaboração. Em um quarto momento, aborda a era da internet como instrumento militar, bem como os seus desdobramentos na cultura e no pensamento.</p>2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1233Autodestrutividade, um saber profano - proibições e preconceitos - um tabu instituído2024-09-11T11:06:13-03:00Ignácio A. Paim Filhoignacio.a.paim@gmail.com<p>As ideias desenvolvidas neste escrito visam trabalhar a criação de tabus, entre eles as proibições alienantes, o que conduz à produção de preconceitos. Neste sentido, parte-se dos tabus forjados pela cultura da era vitoriana, contemporânea às origens da psicanálise, os quais exigem uma renúncia intensa do desejo, decorrente de um recalque patológico pelo excesso: a sexualidade proscrita, produzindo um “mal-estar” na cultura que será predominante nas duas primeiras décadas do século XX. Objetivando estruturar uma complementação aos tabus decorrentes da problemática do desejo e seus conflitos com a ordem cultural, abordo em seguida os tabus instituídos em função da impossibilidade da humanidade de lidar com algo até então não pensado, isto é, com a força de sua autodestrutividade - um novo “mal-estar” na cultura -, ou seja, um saber profano. Para sustentar esse argumento a partir de uma perspectiva metapsicológica, ocupo-me do interjogo do narcisismo <em>versus</em> o masoquismo, bem como suas implicações nas bases fundantes do sujeito e do tecido social. Nesse caminho, que almeja refletir sobre tamanho “mal-estar”, o masoquismo narcotizante — trabalho da melancolia — e o masoquismo protetor — trabalho do luto — serão os nossos guias. Diante dessa proposição, uso como interlocutor o negacionismo climático, que demarca, de forma explícita, a produção de proibições alienantes e preconceitos, os quais decorrem da insuportável dor, do mundo brancocêntrico, ao confrontar-se com o que podemos chamar de uma quarta ferida narcísica da humanidade. </p>2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1236O homem e a sociedade2024-09-17T16:22:40-03:00David Léo Leviskydavidlevisky@gmail.com<p>O autor, diante das características da vida contemporânea e das consequentes repercussões sobre o aparelho psíquico consciente e inconsciente, indaga sobre possíveis reflexos na vida social de desejos até então profundamente reprimidos. Tabus, proibições, preconceitos e noção de limites estão se alterando nos indivíduos e nas culturas. As causas e explicações são multifatoriais. Qual seria o lugar da psicanálise?</p>2024-11-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1230Surgimento do verdadeiro Eu entre crise de fé e experiência estática2024-08-30T15:56:40-03:00Lucia Fattorifattori.lucia@libero.itCesare Secchicesare.secchi@virgilio.it<p>Os autores apresentam dois casos clínicos em que uma crise existencial leva à perda da fé religiosa, até então vivida como núcleo fundamental do Eu. Apesar da diversidade dos contextos terapêuticos, os autores observam como, em ambas as situações, a perda da fé contêm um envolvimento somático intenso e íntimo que, paradoxalmente, evoca uma experiência estática inefável, conforme relata a tradição. A forte implicação corporal poderia estar correlacionada a um contato potencial, inédito e profundo, com o verdadeiro Eu. Seguem algumas reflexões sobre a fenomenologia e a metapsicologia do temor reverencial.</p>2024-10-29T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024