Editorial
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v22i2.193Resumo
Caro leitor,
Antes de apresentar este novo número, peço licença para uma breve introdução e alguns agradecimentos. Desde maio, estou ocupando a função de editora de nossa Revista de Psicanálise, encargo que muito me honra e pelo qual sinto profundo orgulho. Agradeço a toda Diretoria da SPPA, representada por sua presidente Anette Blaya Luz, pelo aval e confiança. Sou também muito grata a Tula Bisol Brum, que me convidou para substituí-la, tendo sido um modelo enquanto coordenadora comprometida, competente e democrática. Da mesma forma, quero agradecer a Zelig Libermann pelo estímulo para aceitar este desafio e que, assim como a Tula, foi editor e é um parceiro a quem sempre posso recorrer para a troca de alguma experiência ou algum aconselhamento. Comecei a trabalhar como membro da equipe da Revista há muitos anos, a convite de José Carlos Calich, a quem devo o privilégio por uma gratificante trajetória, que continuou ao longo dos anos, conduzida também pelos editores César Luis de Souza Brito e Anette Blaya Luz. Atualmente, conto com a parceria e o trabalho incansável das editoras associadas e dos membros do conselho editorial, sem os quais não seria possível cumprir nossa exaustiva agenda de atividades. Compõem nosso grupo: Denise do Prado Bystronski, editora de redação; Rosane Schermann Poziomczyk, editora executiva; Suzana Iankilevich Golbert, editora de eventos e entrevistas; bem como Cristiano Freitas Frank, Karem Cainelli, Kátia Ramil Magalhães, Renato Moraes Lucas e Vânia Elizabete Dalcin, membros do Conselho.
Preciso também salientar o competente trabalho da secretária da Revista, Karine Diniz Herte, e também de Greison Jacobi, que substitui a ela quando necessário, bem como a criteriosa revisão de português elaborada por nossa colaboradora Clotilde Favalli.
Como equipe editorial, sabemos o quanto uma revista de psicanálise reflete o valor e a consistência da sociedade psicanalítica a que pertence. Também por isso temos consciência da importância e responsabilidade de nossa tarefa. A Revistade Psicanálise da SPPA adquiriu, ao longo de seus vinte e dois anos de existência, reconhecimento de alcance nacional e inclusive internacional, apesar dos limites inerentes ao fato de ser publicada apenas em português. Não só convidamos psicanalistas de outras latitudes para essa troca científica, como muitos destes solicitam espontaneamente a publicação de seus artigos em nosso periódico, o que demonstra sua dimensão e alcance. Esperamos dar continuidade ao padrão de excelência científica de nossa Revista, publicando artigos com uma visão atual, ética, pluralista e profunda da psicanálise.
Este número especial – Casos de Freud revisitados – é um convite para a releitura sempre instigante dos escritos de Freud. Fazê-lo a partir de seus casos mais famosos é ainda mais estimulante, não só por permitir-nos discutir a clínica psicanalítica, mas pela possibilidade de multiplicar os vértices de compreensão, dispondo agora de uma bagagem de conhecimentos que se alarga há mais de cem anos. Para isso, contamos com o olhar de autores de diversas origens e com distintos referenciais teóricos, o que também nos parece enriquecedor.
Os artigos seguem a ordem cronológica de publicação dos casos por Freude são apresentadas duas visões de cada um deles. Começamos pelo caso Dora, sob a perspectiva de Giuseppe Civitarese. Ele salienta a atualidade do caso e a possibilidade de encontrar nas entrelinhas o que considera pré-concepções de futuros desenvolvimentos na psicanálise. A seguir, Luiz Carlos Mabilde discute questões de sigilo, da teoria e da técnica, questionando-se a respeito da origem sexual da hostilidade e dos sintomas em Dora, e salientando a descoberta da transferência como instrumento terapêutico.
Continuamos com o pequeno Hans, pelos olhares de Ingeborg Bornholdt e de Leilane Gabriela de Souza Bonfim e Rogério da Silva Paes Henriques. A primeira costura hipóteses e entendimentos desse que foi o primeiro caso de psicanálise de crianças, utilizando-se do relato feito por Freud e de entrevista que o próprio paciente concedeu quando já adulto e consagrado diretor de óperas. O segundo artigo estuda teoricamente o caso, trabalhando temas como ansiedade e angústia e compreendendo o sintoma fóbico de Hans como o caminho possível encontrado por ele para inserir-se na ordem simbólica.
Passamos ao homem dos ratos, caso discutido por Jacques André e que, segundo ele, inaugura os estudos de Freud sobre a neurose obsessiva, esta neurose infernal. Também salienta a atualidade e riqueza permanentes da escrita freudiana. Seguimos com a perspectiva de Maria Elisabeth Cimenti, que elabora suas compreensões sobre a neurose obsessiva a partir do referencial lacaniano e busca relacionar os conceitos estudados ao caso em questão.
Prosseguindo, Ignácio A. Paim Filho e Viviane Sprinz Mondrzak discorrem sobre o caso do homem dos lobos. O primeiro aborda questões metapsicológicasdo caso, tais como memória, construções, reconstruções, cena primária, inconsciente recalcado e não recalcado. Mondrzak, como o próprio título de seu artigo revela, busca fazer um exercício de livre pensar sobre o relato do caso. Destaca questões de técnica e do conflito Freud-Jung para debater sobre movimentos que caracterizam o desenvolvimento do pensamento psicanalítico.
Em continuação, oferecemos a leitura de dois artigos fora dessa temática. No primeiro deles, Camila Junqueira discute teoricamente o conceito de enactment e, através de um caso clínico, busca ilustrar a presença desse fenômeno e suas consequências no setting analítico. No outro artigo, Bárbara Taveira Fleury Curado e Eliana Rigotto Lazzarini, respaldando-se no estudo da estética do desejo, procuram mostrar como a literatura pode exercer uma função analítica, auxiliando o sujeito no encontro de sua verdade.
Por fim, apresentamos a seção especial do XVI Simpósio do Núcleo de Infância e Adolescência da SPPA – Novos dilemas em psicanálise de infância e adolescência, que aconteceu de 22 a 24 de maio de 2014. Publicamos dois textos do simpósio. No primeiro deles, Letícia Glocer Fiorini questiona se a função paterna constitui elemento essencial para que criança possa se separar de sua mãe e ter garantida sua inserção no universo simbólico. No segundo, Rafael Cavalheiro, apoiado na teoria bioniana e nos desenvolvimentos de Korbivcher, discute – em artigo que recebeu o prêmio Zaira de Bittencourt Martins – a possibilidade de expansão das transformações autísticas em pacientes não neuróticos. Encerramos com a entrevista que Letícia Fiorini concedeu ao Conselho Editorial por ocasião desse simpósio.
Desejamos a todos uma boa leitura!
Lúcia Thaler
Editora da Revista de Psicanálise da SPPA
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