Concebendo-me como psicanalista

um processo em permanente transformação

Autores

  • Raul Hartke

Palavras-chave:

Relação analítica, Trabalho analítico, Experiência emocional, Vivenciar emoções, Sonhar, Compreender, Fatores terapêuticos

Resumo

Partindo de um relato clínico, o autor expõe e procura fundamentar teoricamente como concebe, nesse momento, o que constitui a relação analítica, o trabalho que procura realizar em conjunto com o analisando e o que pensa serem os fatores básicos do efeito terapêutico a ser alcançado. Considera que as emoções vigentes na relação analítica constituem, conforme propõe Bion, o ponto de partida (e de chegada) de todo o processo de elaboração terapêutica, sendo geradas pelo par analítico, de forma assimétrica. A tarefa analítica consiste em propiciar um ambiente suficientemente facilitador para que as emoções presentes possam ser percebidas, sentidas, sonhadas (no sentido que Bion dá ao termo) e compreendidas sob diferentes vértices. O efeito terapêutico seria sustentado pela introjeção do par analítico como, segundo Meltzer, um objeto combinado com funções de ideal de ego inspiracional.

Downloads

Biografia do Autor

Raul Hartke

Membro efetivo e analista didata da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)/International Psychoanalytical Association (IPA).

Referências

Baranger, W. & Baranger, M. (1969). Problemas del campo Psicoanalitico. Buenos Aires: Kargieman.

Bion, W. R. (1961). Experiências com grupos. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

Bion, W. R. (1962). Aprender da experiência. São Paulo: Blucher, 2021.

Bion, W. R. (1965). Transformações: do aprendizado ao crescimento. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

Bion, W. R. (1970). Atenção e interpretação. Rio de Janeiro: Imago, 2006.

Bion, W. R. (1977). Turbulência emocional. Revista de Psicanálise da SPPA, 7(3), 447-457, 2000.

Bion, W. R. (1977). Untitled. In Taming wild thoughts. London: Karnac.

Bion, W. R. (1978). Bion em Nova York e em São Paulo. São Paulo: Blucher, 2020.

Bion, W. R. (1979). Como tornar proveitoso um mau negócio. Revista de Psicanálise da SPPA. 7(3), 491-501, 2000.

Bion, W. R. (1991). Uma memória do Futuro VIII: a aurora do esquecimento. Rio de Janeiro: Imago.

Bollas, C. H. (2002). Associação Livre. Rio de janeiro: Relume Dumará, 2005.

Cartwright, R. D. (2010). The twenty-four-hour mind: the role of sleep and dreaming in our emotional lives. Oxford: Oxford University Press.

Ferro, A. (1995). A técnica na análise infantil. Rio de Janeiro: Imago.

Green, A. (1996). Nota sobre los processos terciários. In La metapsicología revisitada: pulsión. representación. yo, realidad. Buenos Aires: Eudeba.

Goethe, J. W. (1828). Fausto. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2023.

Hartke, R. (2021). Vivenciar, sonhar e pensar experiências emocionais: o processo de elaboração psíquica. Revista de Psicanalise da SPPA, 28(3), p. 625-652.

Khan, M. R. (1958). Introdução. In Winnicott, D. W. Da pediatria à Psicanálise. São Paulo: WMF Martins Fontes & Ubu Editora, 2021.

Lacan, J. (1964). Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. In O seminário: Livro 11. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

Laplanche, J. (1987). Novos fundamentos para a psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

Meltzer, D. (1967). O processo Psicanalítico: da criança ao adulto. Rio de Janeiro: Imago, 1971.

Meltzer, D. (1973). Estados sexuais da mente. Rio de Janeiro: Imago, 1979.

Meltzer, D. (1984). Vida onírica: uma revisão da teoria e da técnica psicanalítica. São Paulo: Blucher, 2022.

Meltzer, D. (1986). Metapsicología ampliada: aplicaciones clínicas de las ideas de Bion. Buenos Aires: Spatia, 1990.

Meltzer, D. & Williams, M. H. (1988). A apreensão do belo. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

Ogden, T. H. (2005). Esta arte da Psicanálise: sonhando sonhos não sonhados e gritos interrompidos. Porto Alegre: Artmed, 2010.

Ogden, T. H. (2016). Recuperando a vida não vivida: experiêmcias em psicanálise. São Paulo: Escuta, 2023.

Ogden, T. H. (2020). Psicanálise ontológica ou “o que você quer ser quando crescer? Revista Brasileira de Psicanálise, 54(1), 23-46.

Ogden, T. H. (2022). Coming to Life in the Consulting Room: toward a New Analytic Sensibility. Oxon and New York: Routledge.

Pessoa, F. (1916). Páginas íntimas e de auto-interpretação: para Orpheu-Sentir é criar. http://arquivopessoa.net/typographia/ textos/arquivopessoa-1709.

Quintana, M. (2012). Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva.

Sandler, J. (1992). Reflections on developments in the theory of psychoanalytic technique. Int. J. Psychoanal., 73, 189-198.

Stern, D. N. et al. (1998). Non-interpretative mechanisns in psychoanalytic therapy. The “something more” than interpretation. Int. J. Psychoanal, 79, 903-21.

Walker, M. (2018). Por que nós dormimos: a nova ciência do sono e do sonho. Rio de Janeiro: Intrínseca.

Willians, M. H. (2022). Donald Meltzer: a contemporary introduction. London, New York: Routledge.

Willians, M. H. (2023, 19 de agosto). O conflito estético e o método analítico. Conferência apresentada no Simpósio O conflito estético e o método analítico – homenagem aos 100 anos do nascimento de Donald Meltzer”, promovido pela Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre.

Winnicott, D. W. (1965). Distorção do ego em termos de self verdadeiro e falso self. In Processos de amadurecimento e ambiente facilitador. São Paulo: WMF Martins Fontes & UBU Editora, 2022.

Winnicott, D. W. (1968). O jogo do rabisco (Squiggle game). In Winnicott, C., Shepherd, T., Davis, M. C. eds). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

Winnicott, D. W. (1971). O Brincar e a realidade. São Paulo: UBU Editora, 2019.

Zadra, A. & Stickgold, R. (2021). When brains dream: exploring the science & mystery of sleep. New York, London: W.W. Norton & Company.

Publicado

21-03-2024

Como Citar

Hartke , R. (2024). Concebendo-me como psicanalista: um processo em permanente transformação. Revista De Psicanálise Da SPPA, 31(1). Recuperado de https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/985

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)