Contextualizando a branquitude brasileira
o pioneirismo do olhar indígena e do olhar negro sobre o branco
Palavras-chave:
Inconsciente, Branquitude, Colonialismo, Capitalismo, Racismo, Revisão histórica, Imigração, BrasilResumo
Nesse artigo, compreendemos o racismo como base fundamental do colonialismo, que se atualiza no capitalismo, inscrito no contexto de uma política tanto de morte para populações negras e indígenas quanto de privilégios para populações brancas. Realizamos uma revisão histórica brasileira a respeito desses significantes, através do excerto de trecho, adição no artigo de um fragmento da dissertação de mestrado apresentada no ano de 2025 ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, com o título Dispositivos coletivos como possíveis furos de pactos narcísicos da branquitude. O objetivo do presente trabalho é contextualizar a branquitude brasileira, apontando que o mito da democracia racial e da meritocracia buscam escamotear as diferenças entre imigrações compulsórias de africanos e imigrações subsidiadas de europeus e japoneses, transformando o Brasil no que é ainda hoje: um território que ganha seu nome a partir de um trauma, o qual segue existindo, para garantir que seja um país de políticas públicas voltadas aos brancos.
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