Um ensaio de interpretação do "assassinato de alma" a partir do quadro teórico de Wilfred Bion
Resumo
A partir da análise do artigo de Freud de 1911 sobre O caso Schreber, o autor discute conceitos metapsicológicos das estruturas psicóticas, buscando dar um sentido à fantasia de “assassinato de alma” – elemento nodal do delírio místico de DanielPaul Schreber, autor de Memórias de um doente dos nervos, utilizando como referência conceitos psicanalíticos de Wilfred Bion. Considerando a qualidade generativa da emoção – combustível da vida psíquica – sublinhase
a importância da natureza das interações precoces na origem da formação do pensamento e na origem dos fenômenos consubstanciais à deterioração da capacidade de pensar do Presidente Schreber. Assim, do vértice da teoria do pensamento e da teoria do conhecimento de W. Bion, são estudados os fenômenos que parecem implicar na destruição da capacidade de pensar de Schreber: os ataques aos vínculos, os elementos de antiemoção que se opõem às experiências de crescimento, envenenam seu espírito, mortificam sua alma, aprisionando-o num círculo deletéreo, na obediência compulsiva a um supraego
destrutivo. A partir da análise da noção de “transformações”, são examinados a ação subversiva das idéias novas e os efeitos catastróficos das mudanças – fatores desencadeantes da descompensação psicótica, em sua estrutura frágil, marcada pela natureza traumática dos vínculos precoces com ambos os pais. O estudo das partes psicóticas da personalidade abre a questões de interesse clínico e técnico para o analista e o solicita em sua negatividade para acolher os aspectos primitivos de seu paciente, que contêm também seu desejo de viver e de comunicarse.
Downloads
Referências
ANZIEU, D. (1985). Le Moipeau. Paris: Dunod.
AULAGNIER, P. (1975). La violence de l’interprétation. Du pictogramme à l’énoncé. Paris: P.U.F., 1991.
BARANGER, W. (1976). Position y objeto en la obra de Melanie Klein. Buenos Aires: Kargieman.
BICK, E. (1967). “L’expérience de la peau dans les relations d’objet précoces”. In: Les écrits de Martha Harris et d’Esther Bick, dir. de M.H. Williams, Paris: Hublot, 1998.
BION, W. (1956). “Le développement de la pensée schizophrénique”. In: Réflexion faite. Paris: P.U.F., 1953.
______. (1957). “Différentiation des personnalités psychotique et non psychotique”. In: Réflexion faite. Paris: P.U.F., 1983.
______. (1957). “L’arrogance”. In: Réflexion faite. Paris: P.U.F., 1983.
______. (1959). “Attaques contre la liaison”. In: Réflexion faite. Paris: P.U.F., 1983.
______. (1962). Aux sources de l’expérience. Paris: P.U.F., 1979.
______. (1963). Eléments de psychanalyse. Paris: P.U.F.
______. (1965). Transformations. Passage de l’apprentissage à la croissance. Paris: P.U.F., 1982.
______. (1970). L’attention et l’interprétation. Paris: Payot, 1974.
______. (1977). “Sans titre”. In: Pensée sauvage, pensée apprivoisée, sous la direction de F. Bion. Paris: Hublot, 1998.
BOTELLA, C. et S. (1982). “Sur la carence autoérotique du paranoïaque”. Revue Française de Psychanalyse, 1, p.6379.
BRETTE, F. (1988), “Le traumatisme et ses théories”. Rev. franç. psychanal., n°6/1982, p.12591284.
CHASSEGUETSMIRGEL, J. (1966). “Notes de lecture en marge de la révision du cas Schreber”. Rev. franç. psychanal., n
°1 /1966, p.4161.
COMBY, A. (1990). “L’approche psychanalytique de l’observation du nourrisson dans la famille”. In: Le nourrisson et sa famille.
CAREL, A., HOCMANN, J. et VERMOREL, H. Lyon: Césura.
FREUD, S. (1911). Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranoia (Dementia paranoïdes). In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. V. XII. Rio de Janeiro: Imago, 1972, 15108.
______. (1912). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. V. XII. Rio de Janeiro, Imago, 1972, 147159.
______. (1924 [1925]). Uma nota sobre o bloco mágico. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. V. XIX. Rio de Janeiro: Imago. 1972, p.283290.
GAMMILL, J. (1972). “Réflexions sur l’écoute psychanalytique et l’écran du rêve”. In: A partir de Melanie Klein. Lyon: Césura, 1998.
GREEN, A. (1983). Narcissisme de vie – Narcissisme de mort. Paris: Les Editions de Minuit.
______. (1990). Conferências brasileiras de André Green. Rio de Janeiro: Imago.
GRINBERG, L. (1972). Culpa y depresión. Estudio psicoanalítico. Buenos Aires: Paidós, 1978.
______. (1983). “Enfoque de las psicosis desde el vértice de Bion”. In: El psicoanálisis es cosa de dos. Valencia: Promolibro, 1996.
______. (1984). “Dimensiones metapsicológicas y clínicas del pensamiento de Wilfred Bion”. In: El psicoanálisis es cosa de dos. Valencia: Promolibro, 1996.
______. (1991). Nueva introducción a las ideas de Bion. Madrid: Collección Continente / Contenido.
GRINBERG, L. et GRINBERG, R. (1993). Identidad y cambio. Barcelona, Buenos Aires: Paidós.
JANIN, C. (1996). Figures et destins du traumatisme. Paris: P.U.F.
KLEIN, M. (1934). “Contribution à la psychogenèse des états maniacodépressifs”. In: Essais de psychanalyse. Paris: Payot,
______. (1946). “Notes sur quelques mécanismes schizoïdes”. In: Développement de la psychanalyse. Paris: P.U.F. 1996.
______. (1952). “Quelques conclusions théoriques au sujet de la vie émotionnelle des bébés”. In: Développement de la psychanalyse. Paris: P.U.F., 1966.
LIBERMAN, D. et LABOS, E. (1982). “Acerca del caso Schreber. Consideraciones sobre su programacion desde la perspectiva vincular”. In: Fantasia inconsciente y estados psicoticos. Buenos Aires: Kargieman.
MAZET, Ph., HOUZEL, D. (1996). Psychiatrie de l’enfant et de l’adolescent. Paris: Maloine.
MELTZER, D. (1978). “Signification clinique de l’oeuvre de Bion”. In: Le développement kleinien de la psychanalyse: Freud – Klein – Bion. Paris: Bayard, 1994.
MELTZER, D. (1978). Le développement kleinien de la psychanalyse – L’évolution clinique de Klein. Paris: Bayard, 1994.
NIEDERLAND, W. (1951). Trois notes sur le cas Schreber. In: Le cas Schreber, Contributions psychanalytiques de langue anglaise., direction de J. LAPLANCHE. Paris: P.U.F., 1979.
PEREZ SANCHEZ, M. (1994). “L’observation des bébés – Réflexions sur la naissance de la pensée, son importance pour le développement émotionnel et la clinique”. In: L’observation du nourrisson selon Esther Bick. Lyon: Cesura.
RASCOVSKI, A. (1970). “La matanza de los hijos”. In: La matanza de los hijos y otros ensayos. Buenos Aires: Kargieman, 1975.
ROSENFELD, H. (1976). Etats psychotiques. Paris: P.U.F.
SANDRI, R. (1991). La maman et son bébé: un regard. Lyon: Césura.
SEGAL, H. (1981). “La fonction des rêves”. In: Délire et créativité. Paris: Ed. des femmes, 1981.
______. (1993). “Espace mental et éléments du symbolisme”. In: Rêve, art, fantasme. Paris: Bayard.
SHUTTLEWORTH, J. (1989). “Théorie psychanalytique et développement de l’enfant”. In: L’observation attentive des bébés. Larmor Plage: Hublot, 1997.
STEINER, J. (1993). Retraits psychiques – Organisations pathologiques chez les patients psychotiques, névrosés et borderline. Paris: P.U.F., 1996.
WHITE, R. (1961). Le conflit avec la mère dans la psychose de Schreber. In: Le cas Schreber – Contributions psychanalytiques de langue anglaise., direction de J. LAPLANCHE. Paris: P.U.F., 1979.
WINNICOTT, D. W. (1970). “Dépendance et soins maternels”. In: Le bébé et sa mère. Paris: Payot, 1992.
ZIMERMAN, D.E. (1995). Bion da teoria à prática – Uma leitura didática. Porto Alegre: Artes Médicas.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Atribuo os direitos autorais que pertencem a mim, sobre o presente trabalho, à SPPA, que poderá utilizá-lo e publicá-lo pelos meios que julgar apropriados, inclusive na Internet ou em qualquer outro processamento de computador.
I attribute the copyrights that belong to me, on this work, to SPPA, which may use and publish it by the means it deems appropriate, including on the Internet or in any other computer processing.
Atribuyo los derechos de autor que me pertenecen, sobre este trabajo, a SPPA, que podrá utilizarlo y publicarlo por los medios que considere oportunos, incluso en Internet o en cualquier otro tratamiento informático.