A vida no sertão e no divã, vivida e narrada por Riobaldo Tatarana, o Urutu Branco
Palavras-chave:
Riobaldo, Jornada, Narrativa, Maria Mutema, DiaboResumo
O autor explora o impacto de Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa (2019) em sua reflexão psicanalítica sobre a vida. Apesar dos desafios de encontrar um ângulo único devido às extensas interpretações psicanalíticas prévias do romance, o autor enfatiza sua intenção de não psicanalisar o escritor ou os personagens, mas de oferecer uma leitura catalisadora. Ele argumenta por uma abordagem psicanalítica contemporânea que foque na reavaliação e reinterpretação das experiências passadas e presentes para evitar que o futuro seja uma mera repetição do passado. Barros (2023) vê o inconsciente como um campo de experiências potenciais, ao invés de um repositório de conteúdos reprimidos, alinhando-se à perspectiva de Rustin (2008). O autor aprecia a ênfase de Ogden na dimensão terapêutica da psicanálise, seu entendimento do inconsciente e a vitalidade da linguagem. Relaciona a experiência narrativa de Riobaldo ao processo psicanalítico, destacando o papel da representação simbólica na organização e na atribuição de significado às experiências emocionais da vida. Por fim, através da jornada de Riobaldo, ilustra o empreendimento psicanalítico de transformar o sofrimento em uma narrativa que enriquece a compreensão de si mesmo e do seu mundo.
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