O brincar como ferramenta clínica frente às formações tirânicas do Supereu

Autores

  • Paula Ferreira Alves

Palavras-chave:

Supereu, brincar, melancolia, Criatividade

Resumo

O artigo explora de que maneira fatores contemporâneos, como o fluxo de informações e a exigência de produtividade, intensificam sentimentos de fracasso e melancolia associados à ação tirânica do Supereu. A partir de ideias de André Green e Byung-Chul Han, discute-se como esses fatores geram complexos sintomas psíquicos individuais e coletivos. No campo psicanalítico, o brincar e a criatividade ganham relevância como ferramenta terapêutica na prática clínica com adultos, visando a elaboração de traumas e de experiências difíceis de simbolizar, destacando seu papel na integração psíquica e na expressão do self conforme proposto por Donald Winnicott. Duas vinhetas apresentam modos de atuação do brincar no enquadre clínico para o enfrentamento das imposições do Supereu e para a elaboração de seus derivados em sofrimento, contribuindo para o debate acerca de técnicas psicanalíticas para os tempos atuais.

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Biografia do Autor

Paula Ferreira Alves

Psicanalista, arte-terapeuta e cineasta. Mestra em Teoria e Prática Psicanalítica pelo Centro de Estudos Freudianos de Madrid e Mestra em Criação Artística - parcours Art-thérapie pela Sorbonne Paris-Cité. Graduada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Recebeu o Prêmio MK2 de Melhor Roteiro (Paris, França) e o Prêmio Púrpura de Melhor Filme no Femifilms Sitges, Espanha, tendo seus filmes exibidos em festivais internacionais e em espaços de arte contemporânea.

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Publicado

20-03-2025

Como Citar

Ferreira Alves, P. (2025). O brincar como ferramenta clínica frente às formações tirânicas do Supereu. Revista De Psicanálise Da SPPA, 32(1). Recuperado de https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1277