Neogêneses
Palavras-chave:
Neogênese, Inconsciente encravado, Filicídio, SimbolizaçãoResumo
A autora questiona-se sobre o lugar do psicanalista diante das encruzilhadas da clínica, que estimula reformulações do método e das convicções teóricas plasmadas como dogmas. Parte das contribuições de uma peculiar análise, habitada por mensagens filicidas não enigmáticas que perambulam no inconsciente encravado, pulsando à procura de serem traduzidas. A análise funciona como incubadora, na qual é gestado o processo de neogênese, inscrevendo novas mensagens que se alinhavarão em uma rede simbólica. Com o passar dos anos, surgem pungentes comunicações oníricas que apontam para o (não) nascimento da paciente, desde que, a analista pressupõe, não tenha ocorrido a impressionante cesura do nascimento. Destaca-se um sonho que deságua na percepção de fantasias traumáticas – desejos filicidas –, os quais puderam ser reativados a posteriori. Possíveis fracassos das primitivas experiências de prazer no início da vida acarretaram obstáculos na erogeneidade vaginal. Em relatos recentes, restam evidenciadas reformulações da versão privada de si, uma outra representação de sua história de nascimento après-coup que concede um colorido diferente à sua identidade.
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