Envelhec(S)endo: temporalidade interpretante?!?
Palavras-chave:
Velhice, Exclusão, Ruptura de campo, Intepretação, Psicanálise, culturaResumo
Trata-se de um trabalho desdobrado de pesquisas a partir do método psicanalítico por ruptura de campo, no sentido proposto por Fabio Herrmann. O conceito de inconsciente transmuta-se em inconscientes relativos, entendidos como lógicas de regramentos das relações humanas ou dos fenômenos investigados. Circunscreve-se nesse texto as apreensões do vir a ser velho(a) e as possíveis invenções-criações de uma temporalidade específica em que já não se é apenas o que se apreende ser, mas, também, o que a confluência, não raro conflitante, diz acerca da maneira como o outro vê aquele que envelhece. Assim, procuramos, através de uma postura metodológica interrogante-interpretante, desvelar algumas regras de constituição da realidade-mundo no processo de envelhecimento, bem como as vicissitudes dos instintos/pulsões, que parecem não mais pulsar no compasso conhecido. Após conjecturas acerca do Princípio do Absurdo nas quais se vislumbra, pelo exagero, o avesso do que se quereria mostrar, pondera-se sobre as ações policialescas para utilização do termo idoso no lugar de velho, escamoteando o direito de a velhice instituir-se enquanto particularidade. A condição de sujeição é delineada através de uma narrativa advinda de experiências clínicas com adultos,
idosos e velhos, assim como da própria autora-psicanalista. Constata-se caminhos traçados de saída a partir da sublimação, do humor e do próprio sofrimento psíquico.
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