Aprendendo a envelhecer
Palavras-chave:
Envelhecimento, Horror, Humor, Bondade, PaciênciaResumo
Aprender a envelhecer é difícil; envelhecemos de acordo com a forma com que vivemos, entre sorrisos e lágrimas, sucessos e fracassos, ou seja, desfrutar a velhice, suportá-la, é um desafio até a morte. Já existiram tempos em que o ancião foi valorizado, por conter a memória familiar e cultural; agora, por não integrarem a produção econômica e o consumo, assim como por um certo desprezo pela memória, os velhos tendem a ser relegados. Freud, aos setenta e nove anos, perguntou em uma carta enviada à Lou Andreas-Salomé: “Que grau de bondade e de humor tem que se alcançar para suportar o horror da velhice?” (Mannoni, 1997, p. 25). Comento três palavras nessa pergunta: horror, bondade e humor. Estar aprendendo a envelhecer é ser grato a vida e capaz de manter o espanto diante das maravilhas do entardecer e amanhecer. Essenciais na velhice são os amigos, que afastam a morte, como disse J.B. Pontalis em uma entrevista sobre amizade à revista Veja. Para envelhecer é preciso ter paciência, e paciência é a palavra que acrescento ao horror, gratidão e humor com que Freud descreveu a velhice. Sejamos, assim, pacientes como analistas.
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Referências
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