O consciente, a consciência e as memórias – um passeio consiliente entre a psicanálise, as neurociências e a filosofia da mente
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v15i3.817Palavras-chave:
Consciente, Consciência, Memória, Filosofia da mente, Epistemologia, ConsiliênciaResumo
Partindo de uma ilustração clínica de uma crise convulsiva de ausência, o autor inicialmente discute as diferentes acepções do termo consciência em português e inglês, para ilustrar a confusão entre diferentes fenômenos, e então se propõe a examinar a literatura recente sobre a consciência no sentido da sensação de ser alguém que existe no mundo, percebe a passagem do tempo e vivencia esta experiência com qualidades emocionais variadas. As principais teorias apresentadas, embasadas na moderna neurociência, propõem que o processo de revisão sequencial do estado do self, das modificações que este sofre ao interagir com o não-self são avaliadas e qualificadas emocionalmente a cada instante de acordo com sua relevância para o self. Caso relevantes, estas experiências são armazenadas em sistemas de memória de longo prazo. Os diferentes sistemas de memória são apresentados, as diferenças entre as memórias explícita e implícita são exemplificadas e sua importância para a psicanálise discutida. Por fim, algumas questões levantadas na filosofia da mente contemporânea são apresentadas e discutidas, assim como o modelo epistemológico (consiliência) que foi utilizado para a articulação de conhecimentos advindos de diferentes disciplinas. Também são consideradas algumas possíveis razões para resistências a esta abordagem por parte de alguns psicanalistas (AU)
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