Editorial
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v19i2.550Palavras-chave:
Editorial, Psicanálise, Desamparo, HelplessnessResumo
Prezado leitor,
Chegamos ao final de 2012, ano de intenso trabalho, que resultou nas edições do número 03/2011, do número sobre transferência, 01/2012, e agora sobre desamparo, 02/2012, tema que abrange um sentimento inerente à natureza humana, estruturante e que parece atingir proporções catastróficas na contemporaneidade.
Não foi este, entretanto, meu sentimento trabalhando como editora da revista. Quero expressar meu profundo agradecimento à equipe da comissão editorial que assume o desafio de produzir um bom trabalho com dedicação, responsabilidade e principalmente parceria. Juntas, contamos com a eficiência da nossa secretária Karine e com a competência de Clotilde Favalli na revisão gramatical dos textos publicados. Também é sincero meu agradecimento ao nosso diagramador, Luiz Cezar, sempre pronto e atento na editoração, há tantos anos.
Mas nada disso teria utilidade se não tivéssemos os artigos para publicar. Então agradeço a todos que contribuíram com suas ideias e estudos para aprimorar a qualificação científica da revista. Tem sido motivo de muita satisfação contar com a participação dos colegas da casa. Pensamos que neste sentido a revista tem proporcionado que se expresse algo da evolução do pensamento psicanalítico na nossa sociedade.
Neste número contribuíram Juarez Guedes Cruz, Anette Blaya Luz, Ivan Fetter, Cesar Luis de Souza Brito e Nara Caron juntamente com Tagma Donelli. O tema desamparo foi explorado com criatividade. São abordados aspectos da contemporaneidade que sugerem que a sociedade moderna não protege a relação mãe-bebê e desta forma contribui para o surgimento de distúrbios do pensamento, da capacidade simbólica e de sonhar. Freud perpassa todos os artigos, desde a revisão do conceito sobre desamparo como uma experiência emocional primitiva que de alguma forma estará presente nas diversas manifestações de ansiedade, até a questão da religiosidade e o Futuro de uma ilusão, oitenta e cinco anos depois. Também é criativo o artigo que versa sobre a experiência materna de desamparo no parto, tema pouco estudado e pesquisado. Além disso, a experiência de desamparo é vista, pelos autores, de vários ângulos, do paciente ao psicanalista, a dupla via do desamparo, como aborda Maria Olympia.
As diferenças entre os aspectos estruturantes e catastróficos do desamparo e suas consequências na constituição do psiquismo devido a falhas nas funções parentais e privações ambientais são estudadas por Alicia Lisondo. Nesta linha, da autoria de Helga Quagliatto, temos a adição ao sofrimento, paradoxal condição de alguns pacientes que não podem parar de se submeter à violência, pois desta forma parecem obter alívio do sentimento de desamparo.
Jacques André, ilustre psicanalista francês, que visitou a SPPA para um evento científico em agosto, escreve sobre a difícil tarefa de analisar a angústia do desamparo, pois é impossível vivenciar o que nunca existiu, sendo necessário lidarmos com a falta, a vivência do desamparo na relação analítica, quando as separações são vividas como abandono Também da França temos a contribuição de René Roussillon, que discorre sobre o sentimento de desamparo e a tentativa de solução para o traumatismo primário. Além desses artigos, publicamos a entrevista com Jacques André, na qual ele nos mostra seu vasto conhecimento psicanalítico com simplicidade e profundidade.
Desejo a todos uma boa leitura e em 2013 um ano com muitas realizações e publicações.
Tula Bisol Brum
Editora da Revista de Psicanálise da SPPA
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