MUDANÇAS DO ANALISTA NA TAREFA CLÍNICA: EFEITOS DO PROCESSO PSICANALÍTICO
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v1i1.450Palavras-chave:
Interpretação, Processo Psicanalítico, Transferência, ContratransferênciaResumo
O Autor propõese mostrar a importância do questionamento crítico, por parte do analista, de suas teorias e de uma revisão constante de suas hipóteses para que o processo em si e ele próprio possam evoluir. Para tanto baseiase em autores psicanalíticos e nas idéias do filósofo da ciência Karl R. Popper. A Psicanálise é uma disciplina complexa, dinâmica e em constante transformação, como qualquer ciência que tenha presente a idéia de que a verdade como pensa Popper existe, é claro, deve ser buscada, porém é inalcançável. O analista, cônscio da provisoriedade de suas convicções e aceitando não ser onisciente conta com sua crítica pessoal e com as respostas críticas do paciente para tentar refutar possíveis erros nas interpretações, com o que é possibilitado o progresso do tratamento. é esboçada no trabalho uma hipótese de como surge no analista a interpretação, de como esta será testada e de como sua substituição por outra implica em um luto para o analista. Pela utilização da teoria dos três Mundos de Popper é sugerido que, através da linguagem, a interpretação já então parte do Mundo 3
e portanto, de certa forma independente do seu autor tem potencialidade também para influir no analista e para modificálo. Tal
situação contudo só pode ser conseguida se o analista (através de sua análise pessoal anterior) está evoluindo, o suficiente para suportar decepções narcisísticas onipotentes e é capaz de elaborar os lutos que daí decorrem
Abstract
The author proposes to show the importance of the analyst's criticai questioning of his theories, and a constant review of his hypotheses, so that the process and he himself can develop. The discussion is based on the ideas of psychoanalytical authors and of the philosopher of science Karl R. Popper. Psychoanalysis is a complex, dynamic, constantly changing discipline, like any science that takes finto account the idea that the truth according to Popper exists, of course, and should be searched for, but is unattainable. The analyst, aware of the transience of his convictions, and accepting the fact that he is not omniscient, counts on his personal criticism, and the criticai answers of the patient, to attempt to refute possible errors of interpretation, and thus enables progress in the treatment. In the paper, an outline is presented of an hypothesis about how the interpretation arises in the analyst, how it will be tested, and how its replacement by another one means mou ming for the analyst. By using Popper's Theory of Three Worlds, it is suggested that, through language, interpretation which is already part of World 3, and therefore, in a way, independent from its author also has a potential to influence the analyst and to change him. This situation, however, can only be achieved if the analyst (through his previous personal analysis) is sufficiently developed to bear omnipotent narcissistic disappointments, and is abie to work through the resulting mourning
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