Escrever algo que se gostaria de ler. Da literatura à psicanálise, as coordenadas espaço-temporais do escreve

Resumo

As autoras deste trabalho propõem uma reflexão sobre a escrita psicanalítica, destacando as dificuldades peculiares que lhe caracterizam e fornecendo hipóteses sobre o seu potencial criativo em termos da mobilização de um processo de conhecimento sobre aspectos passados, presentes e futuros da experiência vivenciada antes na sessão com o paciente e, sucessivamente, no ato do escrever. Em especial, após revisar a literatura sobre o assunto com base nas diversas correntes de investigação, o presente trabalho, inserido na corrente da escrita psicanalítica criativa, apresenta a hipótese de que essa não seja apenas uma tentativa de ressignificar e fazer revivenciar aquilo que ocorreu entre paciente e analista, mas que o próprio ato de escrever se torna uma experiência emocional nova e potencialmente transformadora, fazendo surgir aspectos ainda desconhecidos: não se trata apenas de uma lembrança revisitada da experiência ocorrida, mas também de um ato de digestão dos aspectos conhecidos da experiência, bem como um momento caótico de acesso a um novo conhecimento. No artigo também são apresentados trechos de material clínico explicativos da hipótese proposta.

Palavras-chave: clareza; experiência emocional; insaturado; leveza; escuta
analítica; escrita

Abstract

Writing what we would like to read. From literature to psychoanalysis, the space-time coordinates of writing

The aim of this paper is to reflect on psychoanalytical writing, and to consider both the peculiar difficulties of the process and its creative potentialities. The authors assume that the act of writing in psychoanalysis is a process of knowledge that can create a fertile movement between past, present and future aspects of the experience shared by the analyst with the patient in the sessions and in the act of writing. The paper presents a revision of the psychoanalytical literature on the topic, focusing on the various approaches adopted by different authors and then discusses the specific approach of creative psychoanalytical writing, with the assumption that this way of conceiving a clinical report is aimed not only to relive the emotional experience shared by the analytic couple, but is in itself a new emotional, transformative experience. The authors claim that a clinical report written creatively is a revision of the previous experience; it is a further digestion of the known aspects of the experience and also a chaotic moment that can give access to a new knowledge. Clinical material will be included to support the proposed hypothesis.

Keywords: analytic ear; clarity; emotional experience; lightness; negative capacity; writing

Resumen

Escribir algo que daría ganas de leer. De la literatura al psicoanálisis, las
coordenadas espacio-temporales del escribir

Las autoras de este trabajo plantean una reflexión sobre la escritura psicoanalítica, resaltando las dificultades peculiares que la caracterizan y lanzando hipótesis sobre su potencial creativo en términos de la movilización de un proceso de conocimiento sobre aspectos pasados, presentes y futuros de la experiencia vivida antes, en la sesión con el paciente, y, posteriormente, en el acto de escribir. En especial, tras revisar la literatura producida sobre el tema en las diversas líneas de investigación, en el presente trabajo, inserto en la corriente de la escritura psicoanalítica creativa, se plantea la hipótesis de que este no es solo un intento de resignificar y hacer revivir lo que ocurrió entre paciente y analista, sino que el propio acto de escribir se vuelve una experiencia emocional nueva y potencialmente transformadora al hacer surgir aspectos aún desconocidos: no se trata solo de un recuerdo rememorado de la experiencia ocurrida, sino también de un acto de digestión de los aspectos conocidos de la experiencia, así como de un momento caótico de acceso a un nuevo conocimiento. En el artículo también se presentan trechos de material clínico ilustrativos de la hipótesis planteada.

Palabras clave: claridad; experiencia emocional; insaturación; ligereza; escucha
psicoanalítica; escritura