O pensamento clínico: contemporâneo, complexo, terciário
DOI:
https://doi.org/10.5281/sppa%20revista.v20i1.18Palavras-chave:
pensamento clínico, paradigma psicanalítico contemporâneo, complexidade, processos terciários, pensamento terciário, contratransferência, enquadre psicanalítico, modelo do sonho, modelo do ato, estruturas não-neuróticas.Resumo
A noção de pensamento clínico inscreve-se no centro do projeto que impulsionou a obra de André Green – especialmente após o ano 2000 – de um novo paradigma psicanalítico contemporâneo: freudiano, pluralista, complexo. Pensamento clínico é um conceito que conjuga uma dimensão epistemológica e uma dimensão técnica, renovadora da teoria da clínica. Por isso, este artigo aborda, em primeiro lugar, o pensamento clínico em relação à epistemologia complexa (Morin, Atlan, Castoriadis) e ocupa-se da sua relação com a noção de processos terciários (Green) e de pensamento terciário (Urribarri). Em segundo lugar, esclarece-se sua especificidade clínica (relacionada com uma original teorização do enquadre analítico) em torno do trabalho psíquico do analista que éconcebido como um eixo conceitual terciário: inclui a atenção flutuante (chave do modelo freudiano), a contratransferência (do modelo pósfreudiano), fundando a escuta analítica no enquadre interno do analista (chave do modelo contemporâneo). Finalmente, esboça-se o colocar em cena desta perspectiva em relação ao funcionamento neurótico (ou do sonho) e o não-neurótico (ou do ato).
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