Pensando a criatividade e o trauma: entre o ser e o fazer

Autores

  • Luisa Maria Nunes Vieira Rizzo Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre

Palavras-chave:

Criatividade, Criação, Trauma, Winnicott, Louise Bourgeois

Resumo

Para pensar a criatividade como destino do traumático, a autora parte do estabelecimento da diferença entre criação e criatividade, discriminação que não se fazia presente no pensamento de Freud, o qual relacionava a origem da criatividade ao conflito. Prioriza as concepções de Donald Winnicott) e Christopher Bollas, autores que identificam a criatividade como potência vital a ser desenvolvida através das primeiras trocas com o ambiente. Para eles, o traumático se insere quando ocorre uma quebra na continuidade do processo de constituição do sujeito, impedindo o desenvolvimento do potencial criativo. A autora diferencia os traumas que ocorrem nos períodos iniciais de um bebê, tempo do desabrochar da criatividade primária, daqueles traumas vivenciados em períodos posteriores. Nestes últimos, recursos criativos como a arte, a literatura, entre outros, poderão ser mais facilmente encontrados como destinos do traumático. Ilustra o tema com o testemunho da vida e da obra da escultora francesa Louise Bourgeois.

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Biografia do Autor

Luisa Maria Nunes Vieira Rizzo, Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre

Psicóloga. Psicanalista. Membro Associado da Sociedade Psicanalítica de Porto alegre (SPPA)/International Psychoanalytical Association (IPA).

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Publicado

14-10-2025

Como Citar

Nunes Vieira Rizzo, L. M. (2025). Pensando a criatividade e o trauma: entre o ser e o fazer. Revista De Psicanálise Da SPPA, 32(3). Recuperado de https://sppa.emnuvens.com.br/RPdaSPPA/article/view/1422