Os tempos da fantasia e o sujeito do inconsciente
Palavras-chave:
Psicanálise, Fantasia, Tempo lógico, Lapso, Chiste, Sonho, Devaneio, Criação poéticaResumo
Logo nos primeiros anos da teoria psicanalítica, Freud dedicou-se a desenvolver o conceito de fantasia, observando a sua presença em diversas atividades humanas. No presente trabalho, ressaltamos a presença da fantasia em três destas atividades: o brincar da criança, o devanear do púbere e a criação poética do escritor. A partir desse destaque, propomos uma investigação sobre como a fantasia transita em diversos lugares de criação. Para isso, elegemos as três atividades antes citadas e discutimos como elas colocam em cena o sujeito do inconsciente. Compreende-se que, nas diferentes modalidades do fantasiar e nas formações do inconsciente, o sujeito ocupa um lugar, em cena, diferente em relação ao Outro. A título de suporte teórico, operamos a partir dos três tempos lógicos, utilizando como base o problema dos prisioneiros descrito por Lacan. O primeiro tempo, o instante de ver, relaciona-se com o brincar e sonhar da criança. O tempo para compreender está relacionado com o devaneio/lapso; por fim, o momento de concluir relaciona-se com o chiste e a criação artística. Nessa última, destaca-se a presença de um terceiro ausente na estrutura da cena.
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